sábado, 12 de março de 2011

O Pingo, parte III



            Essa é a terceira parte de uma história (dã), e pra quem não leu nem a primeira (http://launogueira.blogspot.com/2011/01/o-pingo-parte-i.html) nem a segunda (http://launogueira.blogspot.com/2011/02/o-pingo-parte-ii.html) parte eu recomendo ler, sabe como é, pra entender melhor a história.
           
            Então vamos ao que interessa. Ou não:

Pingo parte III
 
Rolou e rolou e chegou no seu trabalho. Não era bem aquele sentimento que ele esperava. Estavam todos andando rapidamente, como que se não o fizessem as consequências seriam gravíssimas. Outros parados, ou melhor, não se movimentando digitavam avidamente e seus glóbulos oculares se movimentavam rapidamente também. Todos com pressa.

Por vezes algum pingo olhava-o - rapidamente é claro - mas era um olhar com enorme significado. Desprezo, era esses o sentimento presente nos olhares. E esse desprezo o acertava como uma facada. Era como se estivesse morrendo aos poucos.

Virou as costas e saiu correndo talvez mais rapidamente que esses robôs para fora da empresa. Em seu pensamento, é claro. Teria que suportar aquilo, com o tempo se acostumaria. Ele esperava.

- O que você ainda está fazendo ai parado? - disse um outro pingo com pressa. Porém esse novo pingo não tinha um olhar de desprezo. Na verdade tinha um olhar vazio, mas o pinguinho não se importou, estava feliz por receber um olhar com a expressão diferente - por acaso você é o novo pingo que veio trabalhar aqui?

-É, hoje é o meu primeiro dia sim.

- Então venha comigo, vou te apresentar o seu local de trabalho. - depois de andarem mais um pouco, dessa vez sem olhares de desprezo pois o pingo já havia se "enquadrado" por estar também estar com pressa - É aqui. No computador 808. Não se incomode se as pessoas começarem a te chamar assim. É que aqui tem tantas pessoas que acabamos chamando-as por números, é mais fácil assim.

Ficou sentado o dia inteiro lá trabalhando. Escreveu alguns artigos sobre papel-higiênico, o que não era bem o que ele tinha em mente, mas era um começo. Foi chamado a sala do comandante daquele setor, mas somente para levar cafezinhos. Nenhum trabalho reconhecido, por enquanto.

Enquanto o nosso pingo refletia sobre a quantidade de camadas adequada para o papel-higiênico, não viu o tempo passar. Quando olhou pra cima realizado por ter terminado o trabalho - que em sua opinião havia ficado muito bom - percebeu que não havia mas ninguém lá.

Achou aquilo totalmente estranho. Afinal as pessoas não costumavam sair depois do trabalho, quando entrava alguém novo, para comemorar uma possível nova amizade? Pelo menos era aquilo que sua mãe costumava lhe contar.



A primeira dica pra quem não entendeu tudo o que eu tenho a dizer é se esforcem. Pois essa dica na verdade é quase que a resposta. É só interpretar o que eu escrevi.
Próxima dica é: Pensem no formato do um pingo dentro de um copo d’água. Agora dentro de uma bolha.

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