quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

As galinhas não ciscam mais

"Hoje eu não fiz nada o dia todo. E me senti incrível"
            
         Pare um pouco, olhe a sua volta, veja tudo que você tem, tudo que você poderia ter, tudo que já existe hoje em dia e que antes que você possa adquirir já se tornará algo obsoleto.
        
         Agora esqueça tudo isso, volte a mais ou menos 2783 anos atrás. Não exatamente nessa data, pois 2783 é um número qualquer acima de 2011 que eu escolhi. Mas enfim, volte ao período Neolítico. E pense tudo de novo, você neste mesmo lugar mas em outra época.

E agora me responda, qual desses dois "eus" são melhores? O de hoje né? Tem mais conforto.

Ok, positivista (se você acha mesmo que somos melhores, positivista é o que você é. Pra mim é só uma substituição bonitinha para preconceituoso), mas o que esse conforto nos trás de bom? Até onde ele é bom?

Por que sinceramente, esse excesso de conforto tem gerado uma certa comodidade nas pessoas.

Pra que eu vou querer refletir sobre as coisas se eu não preciso disso pra passar no vestibular arrumar e emprego? Pra que devolver a caneta pra professora se ela nem lembra mais pra quem emprestou, e assim eu não preciso comprar uma caneta nova? Pra que ouvir uma música com algum significado se ela vai me fazer pensar?

É, pra quê? Hoje em dia somos cômodos, não nos importamos mais com a ética, com os outros, com nossos valores, nem sequer com o que nos cerca.

Firmamos uma sociedade hierárquica na qual quem esta no topo é incapaz de olhar para baixo. Fazemos guerra por coisas que possam nos trazer pedaços de papel. E é só isso que importa. Todos seguem Maquiavel, mesmo sem ao menos saber quem ele é. Pois no final são os fins que justificam os meios.

A comodidade é tão grade que, depois de um fim de semana em uma fazenda eu percebi que nem as galinhas ciscam mais. Que atrofiem as patas e morram.

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